Vai vendo

Olho pra
Página branca
Ela olha pra mim
De volta
A gente se encara
Por um tempo
Nada sai
Ainda assim
As linhas
Pedem
Palavras
Pra aquecer
A frieza
Da noite que cai
Querendo
Beleza
Simplicidade
Pureza...

E eu só olho

Tão bom poder cantar
E mexer o corpo
No embalo da música
Dançar a luz
Da lua
No meio
Da rua
Descalça
Despenteada
Sem ligar
Pra mais nada
Sentindo
O movimento
Presente
Se deliciando
No momento

Plantei minha lua

Plantei
Minha lua
Na pequena
Roseira
Na janela
Enterrei
Dores
Rancores
Livrei me do mal
Levantei
Meu astral
Limpei
A alma
A mente
Sai sorridente
Pedi
Agradeci
E devolvi
À mãe terra
O que era dela
Num ritual
Sentimental
Conectando-me
Ao natural
Uma sensação
Sensacional
De adoração
Ao divino
Sagrado
Feminino

Escrava do celular
Sem nada pra olhar
Sem fazer
O que devo fazer
Fico só a mexer
Mesmo sem nada
Pra ver
É de enlouquecer.

Já no começo
Me viro do avesso
Me atrapalho
Sigo o atalho
Enfim
Escolho
Me encolho
E colho
O que te dei
O que dei de mim
Tudo que plantei
No fim

Difícil mudar
Mais difícil ainda é não mudar
Ficar estacionado
Parado no mesmo lugar
Pra mim já num dá
Preciso me movimentar
E tá rolando
Mas bem devagar
O importante é chegar
Onde quero chegar
Num importa se vai demorar
Contanto que eu vá.

We are all fucking refugees
Trying to escape the madness
The world has become
No one knows where to go
We get trapped
We adapt
We keep moving on